Origem e Nascimento do Município de
Santa Tereza de Goiás

A importância da Colônia Agrícola Nacional de Ceres (CANG) para o surgimento de Santa Tereza de Goiás

Santa Tereza de Goiás pertenceu ao antigo município de Uruaçu, o qual teve seu povoamento depois dos meados do século XVIII em função da mineração. O município de Uruaçu possui vários arraiais, entre eles os mais importantes foram os de “Amaro Leite” e do “Descoberto”, atual município de Porangatu.

Com a enorme decadência da mineração na região o município de Uruaçu regrediu às práticas da agricultura de subsistência e à pecuária ainda em fase de implantação.

No início do século XX, as vilas dessa região não possuíam expressão, pois as fazendas de gado de que existiam eram praticamente autossuficientes, graças à economia de subsistência.

No século XX, mais precisamente no ano de 1948, com a emancipação do Arraial do Descoberto, que passou a ser o Município de Porangatu, a região a que Santa Tereza de Goiás pertencia foi incorporado a Porangatu.

A sociedade era basicamente rural, nas fazendas viviam em média de 15 a 20 famílias e a agricultura era totalmente de subsistência, cultivava arroz, feijão, milho e criavam gado leiteiro. A atividade comercial era realizada do pouco excedente, na cidade de Corumbá, onde os trabalhadores rurais vendiam seus produtos e realizavam a compra de açúcar, sal, querosene, remédios, calçados, ferramentas de trabalho, tecidos e etc.

As estradas da época eram caminhos que só eram transitadas por cavalos ou a pé.

A iluminação das casas era feita pelas lamparinas de querosene, e quando faltava o combustível, utilizavam várias outras fórmulas para substitui-lo, por exemplo, sebo de gado, cera e abelha ou ainda azeite de mamona.

As casas da época eram todas de adobe ou de pau-a-pique, cobertas na maioria das vezes por palha de sape e cascas de piaçaba. O arroz era armazenado em tuias (caixotes de pau-a-pique com barro) e o seu beneficiamento era feito manualmente em pilões. A água não era filtrada, pois eram armazenadas em potes de barro.

Não existiam escolas na região e a educação das crianças era feitas em casa, isto é, quando alguém da família sabia ler, escrever e realizar algumas poucas operações matemáticas.

Não existia sistema de saúde a quem não possuísse bens para transportar a cavalo, seus doentes até os grandes centros que ficam em distâncias gigantescas.

Segundo vários relatos feitos por pessoas nascidas e criadas na região, notam, claramente, o enorme vazio demográfico da região e o seu caráter totalmente agrário antes da abertura da Belém-Brasilia e da criação e implantação da CANG (Colônia Agrícola Nacional de Ceres).

A CANG foi criada em meados de fevereiro e implantada em março de 1941, à margem esquerda do rio das Almas. Vários trabalhadores se deslocaram para a região: motoristas, tratoristas, cerqueiros, diaristas, que com suas forças físicas, liderados por um valente homem, deram início no coração do país a uma das mais importantes estradas de rodagem, que teve como primeiro nome Transbrasiliana, depois Rodovia Bernardo Sayão e por fim Belém-Brasilia.

         Com a “Marcha para o Oeste”, que consistiu na transferência de grande parte da população migrante para áreas semidesérticas na tentativa de integração dessas áreas no processo produtivo nacional, as Colônias Agrícolas tiveram grande utilidade, servindo para atrair o direcionamento dessa migração interna. O governo do Estado vinculou propagandas nas rádios, falando sobre a doação de terras pelo Governo aos camponeses pobres, isto fez fluir para o Estado de Goiás uma enorme corrente migratória superior à capacidade de absorção do projeto de Colonização da Colônia Agrícola Nacional de Ceres a CANG.

Com a edificação da Belém-Brasília grandes partes dos migrantes iam em direção ao médio norte do Estado, através do seu estabelecimento em terras devolutas do Estado.

Bem próximo ao município de Santa Tereza de Goiás, existiam uma enorme faixa de terras devolutas do Estado à margem esquerda do Rio Santa Tereza, afluente do Rio Tocantins. Essas terras devido a sua excelente localização em relação à rodovia Belém-Brasília tiveram uma enorme valorização passando a ser pleiteadas por fazendeiros da região. A rodovia Belém-Brasília passou a ser a via de acesso dessa corrente migratória que, impossibilitada de ser absorvida pelo projeto de colonização da Colônia Agrícola Nacional de Ceres, direcionavam-se para o Norte do Estado à procura das terras devolutas vizinhas à Santa Tereza de Goiás.

Esta migração direcionada ao Norte do Estado, caracterizou a formação de uma frente de expansão. Os migrantes que para cá se dirigiram eram provenientes de vários Estados do país, principalmente os do Nordeste e Minas Gerais.

A GEOGRAFIA DO MUNICÍPIO

Os aspectos físicos do Município

Santa Tereza de Goiás é classificado como um município de tamanho médio. Nele se encontra a cidade de Santa Tereza de Goiás, a sede do Município e o Povoado de Serra de Campo, além das diversas fazendas que o compõe.

O Município está localizado na Microrregião do Alto Tocantins, possuindo uma excelente localização geográfica em termos de escoamento de sua produção. Segundo a Regionalização do IBGE, esta cidade brasileira está localizada na Região Centro-Oeste do Brasil. A cidade está distanciada da capital 370 km. Esta localização já foi conhecida também por extremo norte de Goiás, devido ao município está perto da divisa com o Estado do Tocantins.

Os limites do município são: ao norte, Porangatu e Trombas; ao sul, Estrela do Norte; ao Leste, Formoso e ao Oeste, Mutunópolis. As coordenadas geográficas do Município de Santa Tereza de Goiás são as seguintes: a latitude é 13º 42’ 52’’ S e a longitude é 49º 00’ 54’’W e a altitude é 409m.

A área total do município de Santa Tereza de Goiás corresponde a 797,6 km² e sua população de acordo com o IBGE de 2016 é de 3.761 habitantes.

O município de Santa Tereza de Goiás está localizado em região de planalto, o relevo do município possui algumas ondulações, existindo um número médio de serras e montes. A Serra que mais se destaca é a Serra de Campo com aproximadamente 2800 metros de altitude.

A topografia do território se divide em três partes distintas: plana, ondulada e montanhosa.

O clima do município é semiúmido, possuindo duas estações bem definidas: o verão, coincidente com o período mais quente e mais chuvoso que vai de abril a outubro e o inverno, coincidente com o período mais frio e menos chuvoso que vai de outubro a abril.

A temperatura ao longo do ano oscila em torno de 20º a 39º graus. A maior parte do tempo é ocasionada a permanência do calor.

Na região chove muito e em determinados períodos, as chuvas provocam inundações nos córregos e rios do município, danificando as terras que os circundam.

Os tipos de vegetação

A cobertura vegetal do município está, em grande parte, descaracterizada pela ação direta do homem que há décadas vem desmatando as grandes florestas existentes no município e substituindo-as pela cultura de cereais, como o milho, o arroz, o feijão, ou mesmo ainda pelas grandes pastagens para a criação de gado.

O município encontra-se localizado na área de contato entre o cerrado e a região da mata.

O cerrado é a parte predominante na maior parte do território do Município. O cerrado propriamente dito, também bastante conhecido por cerradão, é formado de árvores de porte médio que varia de 8 a 10 metros de altura, situadas próximas umas das outras, encontradas constantemente em chapadões.

Alguns exemplos de árvores que representam a flora da região do cerrado: o pequizeiro, a lixeira, a mangabeira, o pau-terra, etc. Além disso, são encontradas plantas medicinais como: a caroba, a quina-do-campo e várias outras.

Existe uma grande parte do cerrado que também podemos chamá-la de campo-cerrado, que é formada por pequenos arbustos retorcidos e esparsos, de altura oscilante entre 2 a 5 metros, existindo ainda em grande escala uma vegetação de gramíneas. Estes campos são propícios para a criação de gado e outros animais que se adaptam com esse tipo de vegetação.

Apesar do grande desmatamento de terras no município ainda é encontrado pequenas matas como manchas isoladas em algumas partes do município.

A flora na região das matas é formada por árvores grandes e bastante aproveitada na indústria, como por exemplo, “O Ipê amarelo e o roxo, o anjico, o jatobá, a sucupira, a aroeira, a imbuia, o cedro, o pau d’óleo, o amarelão ou garapa e algumas espécies de palmeiras, tabocas, jacarandá e peroba branca”.

As pequenas matas ciliares, ou galerias, são as vegetações encontradas na beira dos rios e córregos. Nessas matas é comum encontrar o buriti, a samambaia e imbaúba, dentre outras variedades de plantas.

O município de Santa Tereza de Goiás já teve uma fauna mais rica em espécies do que na atualidade. Onças, lobos, antas, tamanduás, macacos, entre outros animais, de grande e médio porte, eram comumente encontrados na região do município. Atualmente, sobrevivem no município, animais como: o gambá, a raposa, o mico, e em quantidade menor, o veado, o tatu, a paca, a capivara, o catitu, a queixada e a anta.

E grande o número de aves encontradas na região, tais como a rolinha, o be-te-vi, o pica-pau, o canário, o papagaio, as araras, a juriti, dentre outras espécies.

Manifestações artístico-culturais presentes no Município

O Município de Santa Tereza de Goiás tem buscado consolidar sua identidade artístico-cultural nestes cinquenta e quatro anos de emancipação político-administrativa. Sabe-se que, a cultura do município está relacionada às manifestações do Estado de Goiás, que tem se destacado no cenário cultural ao longo dos anos e outras manifestações oriundas de outras regiões do País. No entanto, massificar a cultura no Município não tem sido fácil, no sentido de não possuir recursos para o mesmo. Mesmo assim, a Prefeitura Municipal como instituição governamental, a Secretaria de Educação de Município, juntamente com as Escolas e Creches Municipais e Escolas Estaduais, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, Assistência Social e demais Secretarias de Governo e também as igrejas da localidade, artistas plásticos e artesãos deste município, que tem procurado abrir janelas para construção e reafirmação da cultura dos cidadãos que aqui residem, a fim de oferecer esses bens culturais, estreitando laços e socializando através da cultura.  

São manifestações culturais presentes no município de Santa Tereza de Goiás:

  • Folia de Reis;
  • Festa das mães;
  • Arraiá de São João Batista (Igreja Católica);
  • Arraial do SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimentos de Vínculos);
  • Projeto Raízes Folclóricas;
  • Maculelê;
  • Festa do Peão;
  • Feira do Produtor;
  • Projetos Educacionais: (saraus, recitais, grupos de danças e de coreografias, dentre outros);
  • Projeto referente ao dia da Mulher;
  • Artistas plásticos da comunidade;
  • Artesanatos da comunidade;
  • Dia do evangélico (Carreata das igrejas evangélicas);

Galeria de fotos:

Diante de tudo que foi relatado neste, percebe-se que o Município de Santa Tereza de Goiás é uma cidade que traz em suas histórias muitas crenças. A cultura popular deste é a história do próprio povo, que perpassa geração na linha do tempo. Sendo assim, o nome da cidade “Santa Tereza” forma uma tríade: nome do Rio, do município e da Santa Padroeira, protetora dos Professores. Por isso, considera-se esta localidade do Norte de Goiás muito abençoada e de um povo que vive em paz e harmonia, que vivem a contribuir para a construção de um mundo cada vez melhor e com qualidade de vida e saúde. Viva o lugar em que vivemos e viva o nosso povo!

Terra, Rio e Padroeira… três vezes Santa Tereza do Norte Goiano!

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